segunda-feira, 10 de abril de 2017

o poema de sexta-feira


sou feito de palavras
como todas as coisas o são,
palha, pulo, rama, rota, 
rato, remo,
fila, aguardente, manias, 
monstros,
vagina, pescoço, artéria...
um ciclone de palavras,
um século de palavras
circulando na névoa dos papéis
que assumo para estar dentro
e fora da civilização

hoje cedo, ainda é cedo, 7 e 43
de sexta-feira, o pré-sábado,
o pós quinta, o tudo e o nada,
a realeza do que penso
diante da solidez dos que andam
com as mãos envolvidas
em películas de flores
vem comigo raiar
movendo os círculos
achados ao acaso
na fenda que nos revela
o grande pasto,
a maravilhosa montanha

relendo o que sempre ganhou
meus olhos,
meu pelo, minha blusa
de manchas vermelhas azuis
( livros...)

o poema de sexta-feira
merece a cumplicidade
dos que o contemplam

( edu planchêz )

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