nos rastros do que vejo,
imprimo,
toneladas de desenhos,
cortes de luas resgatadas
pelas lentes do eu
bem nas margens
toneladas de desenhos,
cortes de luas resgatadas
pelas lentes do eu
bem nas margens
vivas do guaíba,
sorvetes que sorvi
sorvetes que sorvi
nos armazens de alegrete,
esqueletos das nuvens
esqueletos das nuvens
de montevideo
elís regina, à ouço
derramando-me em lágrimas,
em rajadas de sangue,
movido pelo sentimento,
pela reflexão aguda
do que é ser mais que mulher,
do que é rasgar-se
vendida para os mercadores
de invenções
derramando-me em lágrimas,
em rajadas de sangue,
movido pelo sentimento,
pela reflexão aguda
do que é ser mais que mulher,
do que é rasgar-se
vendida para os mercadores
de invenções
a que canta morrendo,
a que debanda-se aos cristais
feitos de ossos
pendidos nas gotas da chuva
a que debanda-se aos cristais
feitos de ossos
pendidos nas gotas da chuva
você compreende?
não? sim? indiferente,
pois a que ultrapassou
todas fronteiras,
não mede passos
por dentro do abismo
não? sim? indiferente,
pois a que ultrapassou
todas fronteiras,
não mede passos
por dentro do abismo
passo a borracha nas borras
deixadas nas coisas
em que pisamos
vendo ou não,
não há como apagar,
não há,
nem carece disso
deixadas nas coisas
em que pisamos
vendo ou não,
não há como apagar,
não há,
nem carece disso
o vento que nos respira
e respiramos
contém as vozes ( nossas )
embutidas no vagão,
nas rodas do veículo
que leva para o fundo o rabisco
de nossas faces e bocas
e respiramos
contém as vozes ( nossas )
embutidas no vagão,
nas rodas do veículo
que leva para o fundo o rabisco
de nossas faces e bocas
( edu planchêz )
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